6.9.06

Chefe Seattle

Os índios Duwamish habitavam a região onde hoje se encontra o Estado de Washington - Região inspiradora de uma das mais lindas 'poesias' dedicadas á natureza - o discurso que o Chefe indígena Duwamish (Chefe Seattle) fez ao Governo Americano na época.

Palavras do Chefe Seattle - 1854

O grande chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra. Ele assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa de nossa amizade. Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra.

O grande chefe em Washington manda dizer que deseja comprar a nossa terra. Mas como pode comprar ou vender o céu, a terra? Essa idéia é estranha para nós. Cada parte dessa terra é sagrada para o meu povo. Cada agulha de pinheiro brilhante. Cada grão de areia da praia, cada névoa da floresta escura. Cada característica é sagrada na memória e na experiência do meu povo. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores são nossas irmãs. O urso, o veado, a grande águia, são nossos irmãos. Cada reflexo na água cristalina dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz do meu pai. Os rios são nossos irmãos. Eles levam as nossas canoas e alimentam os nossos filhos. Se lhes vendermos nossa terra, lembrem-se de que o ar é precioso para nós, e compartilha o seu espírito com as formas de vida que sustenta.

O vento que deu ao nosso avô o primeiro alento, recebe também o seu último suspiro. Sabemos que a terra não pertence ao homem. O homem pertence a terra. Todas as coisas são interligadas, como o sangue que nos une. O homem não tece a teia da vida, ele é apenas um fio dela; o que fizer a teia, fará à si mesmo. De uma coisa estamos certos, e o homem branco poderá vir a descobrir isso um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos. O destino de vocês é um mistério para nós. O que vai acontecer quando todos os búfalos tiverem sido sacrificados? Todos os cavalos tiverem sido domados? O que vai acontecer quando os recantos secretos da floresta densa estiverem impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruídos por fios que falam? Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência...

Quando o último pele vermelha sumir, junto com a natureza selvagem, e sua lembrança for só a sombra de uma nuvem sobre a planície, essas praias e florestas ainda estarão aqui? Terá sobrado algum espírito do meu povo? Amamos a terra como o recém nascido ama as batidas do coração da mãe. Se vendermos nossa terra, amem-na como nós a amamos, e cuidem dela como nós cuidamos. Preservem na mente a lembrança da terra, tal como estiver quando a receberem. Preservem a terra para as crianças, e amem-na como Deus nos ama. Sabemos que só existe um DEUS. Nenhum homem, vermelho ou branco, pode viver isolado, No final das contas, somos todos irmãos.

3 comentários:

Anônimo disse...

MAGNÍFICO, è isso, somos todos irmãos. E precisamos cuidar da mãe Natureza. Abraços Fraternos

Anônimo disse...

Caro Buscador!

Esse texto é um dos meus preferidos...e notei que essa versão possui algo sobre a teia, que a Lua falou.

Abraços!

Anônimo disse...

A PALAVA DO
GRANDE CHEFE
UMA ADAPTAÇÃO LIVRE, POÉTICA
E ILUSTRADA DO DISCURSO DO CHEFE SEATTLE

Adaptação:
MAURICIO NEGRO
DANIEL MUNDURUKU

Ilustrações:
MAURICIO NEGRO

LANÇAMENTO 2008 GLOBAL EDITORA

Um depoimento histórico e periodicamente recri-ado através dos tempos é conhecido como “A Carta do Chefe Seattle”. Corria o ano de 1854 e o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce – para acomodar os anglos-europeus que chegavam à América para ocupar as terras onde atualmente situa-se o Estado de Washington –, fez uma proposta aos povos indígenas Duwamish e Su-quamish para comprar seu território. Em contrapartida oferecia a concessão de uma outra reserva.
A resposta do líder, Noah Sealth, mais conhecido como Chief Seattle, ao grande chefe de Washington, aca-bou se transformando em um valioso documento que ainda hoje, há mais de cento e cinqüenta anos, impressiona e emociona por sua surpreendente contemporaneidade. É um dos mais belos e profundos manifestos já apresentados em defesa do meio ambiente. Um discurso memorável, límpido, incisivo e de uma extraordinária força poética e percepção do sagrado na natureza.
A Palavra do Grande Chefe que a Global Edi-tora acaba de levar às livrarias é uma adaptação livre, po-ética e ilustrada do discurso do Chefe Seattle, em que os adaptadores, Mauricio Negro e Daniel Munduruku, por meio de um texto claro e de belíssimas e inovadoras ilus-trações, recuperam as proféticas palavras do grande líder.

+ informações em:http://negroatividade.blogspot.com/

“— A terra não pertence ao homem. O homem a terra pertence.
E tudo está interligado, como o sangue que une uma família.
O que atinge a terra atinge os filhos da terra.
Pois não foi o homem que teceu a trama da vida.
Ao contrário, por ela foi tecido.
E o que fizer à trama fará a si próprio”.