29.3.07

Dando o Troco!

Toca o telefone...

- Alô.

- Boa tarde, poderia estar falando com o responsável pela linha?

- Pois não, pode ser comigo mesmo.

- Com quem eu falo, por favor?

- Edson.

- Sr. Edson, aqui é da Telefônica, estamos ligando para estar oferecendo a promoção "Telefônica linha adicional", onde o Sr. vai estar tendo direito...

- Desculpe interromper, mas quem está falando?

- Aqui é Rosicleide Judite, da Telefônica, e estamos ligando...

- Rosicleide, me desculpe, mas para nossa segurança, gostaria de conferir alguns dados antes de continuar a conversa, pode ser?

- ... bem, pode.

- De que telefone você fala? Minha bina não identificou.

- 103

- Você trabalha em que área, na Telefônica?

- Telemarketing Pró Ativo.

- Você tem número de matrícula na Telefônica?

- Senhor, desculpe, mas não creio que essa informação vai estar sendo necessária.

- Então terei que desligar, pois não posso ter segurança que falo com uma funcionária da telefônica.

- Mas posso estar garantindo!

- Além do mais, sempre sou obrigado a fornecer meus dados a uma legião de atendentes sempre que tento falar com a Telefônica.

- Ok .... Minha matrícula vai estar sendo 34591212

- Só um momento enquanto verifico.

(Dois minutos)

- Só mais um momento.

(Cinco minutos)

- Senhor?

- Só mais um momento, por favor, nossos sistemas estão lentos hoje.

- Mas, senhor... (já demonstrando certa irritação na voz)

- Pronto, Rosicleide, obrigado por aguardar. Qual o assunto?

- Aqui é da Telefônica, estamos ligando para estar oferecendo a promoção linha adicional, onde o Sr. vai estar tendo direito a uma linha adicional. O senhor vai estar se interessando, Sr. Edson?

- Rosicleide, vou ter que transferir você para a minha esposa, por que é ela quem decide sobre alteração e aquisição de planos de telefones. Por favor, não desligue, pois essa ligação é muito importante para mim.

Coloco o telefone em frente ao aparelho de som, deixo a música Festa no Apê do Latino tocando no Repeat (eu sabia que um dia essa droga iria servir para alguma coisa!), depois de tocar a música inteira, minha mulher atende:

- Obrigado por ter aguardado.... pode me dizer seu telefone, pois meu bina não identificou?..

- 103 (muito irritada)

- Com quem estou falando, por favor.

- Rosicleide

- Rosicleide de que?

- Rosicleide Judite

- Qual sua identificação na empresa?..

- 34591212 (mais irritada ainda! )

- Obrigada pelas suas informações, em que posso ajudá-la?

- Aqui é da Telefônica, estamos ligando para estar oferecendo a promoção "linha adicional", na qual a Sra. estará tendo direito a uma linha adicional. A senhora vai estar se interessando?

- Vou abrir um chamado e em alguns dias entraremos em contato para dar um parecer, pode anotar o nº do protocolo por favor?..... Alô! alô!

"TUTUTUTUTUTU..."

- Desligou.... nossa que moça impaciente!



Esse texto incrível eu peguei no blog "Sensitivo Caminhante". Perfeito! A minha única observação é no sentido de que as coitadinhas das operadoras de telemarketing são tão vítimas quanto nós, os usuários. Elas são obrigadas a seguir, linha por linha, "scripts" que parecem ter sido elaborados com o único intuito de arrasar com os nossos nervos. O certo seria descontarmos a nossa indignação pelo mal atendimento nos verdadeiros responsáveis, os empresários dessas centrais de atendimento. Mas esses nunca ligam pras nossas casas não é?..

26.3.07

Dr. Johnson Tem Muito a Ensinar!

Olavo de Carvalho - Diário do Comércio, 21 de março de 2007 (enviado por Gwenyfar)

O dr. Samuel Johnson, escritor maravilhoso e antepassado setecentista dos modernos conservadores, dizia que o teste definitivo de uma civilização está na sua maneira de tratar os pobres. Na sua época, ninguém tinha tido ainda a idéia brilhante de desvencilhar-se deles entregando-os aos cuidados da burocracia estatal. Essa idéia, mesmo que não seja levada à prática, já vale por um teste: ela mostra que a sociedade não sabe o que fazer com os pobres, não quer trato direto com eles e preferiria reduzi-los a mais um ítem abstrato, invisível e inodoro do orçamento estatal. Ela acha isso mais higiênico do que enfiar a mão no bolso quando eles pedem uma esmolinha e infinitamente mais palatável do que ter de conversar com eles quando têm o desplante de puxar papo na rua com S. Excia. o contribuinte. Na verdade o cidadão moderno desejaria chutar todas as suas responsabilidades para o Estado: ele não quer proteger sua casa, mas ser protegido pela polícia; não quer educar-se para educar seus filhos, mas entregá-los a técnicos que os transformarão em robôs politicamente corretos; não quer decidir o que come, o que bebe, o que fuma ou deixa de fumar: quer que a burocracia médica lhe imponha a receita pronta; não quer crescer, ter consciência, ser livre e responsável: quer um pai estatal que o carregue no colo e contra o qual ele ainda possa fazer birra, batendo o pezinho na defesa dos seus “direitos”. O Estado sorri, porque sabe que quantos mais direitos concede a esse cretino, mais leis são promulgadas, mais funcionários são contratados para aplicá-las, mais repartições burocráticas são criadas, mais impostos são cobrados para alimentá-las e, enfim, menor é a margem de liberdade de milhões de idiotas carregadinhos de direitos.
Essa civilização já se julgou a si mesma: constituída de moleques egoístas e covardes, ela não é capaz de se defender. Ao primeiro safanão mais forte, vindo dos comunistas, dos radicais islâmicos ou dos autonomeados governantes do mundo, ela se põe de joelhos abjurando lealdades milenares e prontificando-se a transformar-se no que o novo patrão deseje.

Nem todos, é claro, se acomodam tão bem a essa agonia deleitosa. Ainda há homens e mulheres de verdade, capazes de agir por si próprios, sem intermediário estatal, orgulhosos da sua liberdade. Eles sabem que a liberdade efetiva não tem nada a ver com “direitos” outorgados pela burocracia espertalhona. Sabem que a liberdade vem do coração e depende de símbolos inspiradores profundamente arraigados na cultura dos milênios. Quando são abordados por um pobre na rua, sabem que não estão diante de um problema administrativo. Não correm para esconder-se sob as saias da burocracia. Encaram o pobre como um igual temporariamente caído, merecedor de tanto carinho e atenção quanto eles próprios o seriam em circunstâncias análogas. Não hesitam em estender algum dinheiro ao infeliz, em conversar com ele, às vezes em assumir responsabilidade pessoal por tirá-lo da sua condição infame, dando-lhe trabalho, um abrigo, um conselho.

A sociedade já se condenou a si mesma quando virou o rosto aos pedintes, sonhando em transformá-los numa equação administrativa. Só homens e mulheres de verdade podem salvá-la da derradeira abjeção. Não hesito em incluir entre eles o sr. Fausto Wolff, que é burro, metido e comunista, mas, graças à boa influência da sua esposa, está se tornando gente. Olhem só o que ele escreveu no JB de 2 de janeiro:

“Minha mulher leva na bolsa R$ 10 em moedas para dar aos meninos que lhe pedem dinheiro para comer. Outro dia, contou-me uma história que comoveu este velho coração de granito. Um menino pretinho de cinco anos pediu-lhe dinheiro para comprar um pão. Ela disse-lhe: ‘Pois não, meu filhinho querido’. O menino ficou com olhos cheios de lágrimas. Afastou-se e logo voltou e pediu mais dinheiro, mas, em verdade, o que queria era ouvi-la dizer que ele era querido. Logo, outros se aproximaram apenas para ouvir palavras carinhosas e se sentirem seres humanos. Em dez anos estarão queimando ônibus?”

É isso aí, sra. Wolff! Se todas as mulheres brasileiras ensinarem isso a seus maridos, um sorriso de esperança brilhará nos rostos de milhões de crianças deste país.

P. S. – Leiam também este.

12.3.07

Ode ao Menino Jesus

por Hana

Eu não sei se esta é uma narrativa fictícia. Simplesmente não sei. Não sou capaz de precisar até que ponto eu meramente inventei uma história, ainda que baseada numa experiência que realmente vivi, e a partir de onde começa uma descrição fidedigna de fatos reais. O que eu sei é que eu a vi. Sim, amigo leitor, eu a vi, e também a ouvi. Na verdade, eu almocei com ela: A verdadeira Verdade! Aqui, pretendo contar como tudo se deu. Se o meu relato puder ajudá-lo, de algum modo, ficarei muito feliz. Senão, agradeço a atenção. Como diz São Paulo numa de suas cartas: “Façam prova de todas as coisas, e fiquem com o que é bom”.

Estava saindo do médico. Após a consulta teria ainda que ir para o trabalho. Estava com fome, já eram aproximadamente meio dia e quarenta e cinco, eu havia levantado cedo, e estava até agora apenas com um cafezinho preto e um minúsculo pão de queijo. Não imaginava que a consulta demoraria tanto, por isso não tinha levado quase nada de dinheiro, e aquele lugar é um bairro chique, qualquer restaurante é caríssimo. Eu trabalho no centro da cidade, onde tudo é muito mais em conta. Mas estava com fome e sem paciência para “encarar” meia hora de ônibus até poder comer. Por isso andei pela Avenida Brigadeiro Faria Lima procurando alguma lanchonete com jeito de não ser tão cara. Depois de uns quinze minutos passeando, ao passar em frente àquela pequena galeria, onde até bem pouco tempo havia o cine Call Center (nunca entendi o porquê desse nome – hoje no lugar há uma igreja evangélica), resolvi entrar. E logo no primeiro corredor, do lado esquerdo, vi que havia um restaurantezinho, simpático e com preços bem em conta, pelo que pude observar no menu, afixado na porta de vidro. Entrei, e só então percebi que o lugar estava lotado. Andei até os fundos do estabelecimento e voltei, olhando para as mesas. Todas ocupadas. O cheiro que dominava o ambiente era muito bom, e meu estômago reclamava. Mas já ia me encaminhando para a porta de saída, porque parecia que estava mesmo lotado. Foi quando vi uma mesa vazia. Já ia me acomodando, ajeitando minha bolsa no canto da mesa, quando percebi bem atrás de mim quatro homens de terno, já se preparando para sentar nesses únicos lugares vazios, e ocupar a última mesa disponível. Na mesma hora pensei: “Eu cheguei primeiro!” – Mas aí vi uma antipática garçonete chegando do meu lado, falando em alto e bom tom, para que todos os presentes pudessem ouvir: “Esse lugar está reservado!” – Não falei nada, só esbocei um sorriso amarelo, retirei minha bolsinha, e assim, meio constrangida, meio irritada, voltei a me dirigir, dessa vez mais depressa, à porta de saída. Ia passando sem olhar para os lados, envergonhada e de cabeça baixa, depois dessa minha pequena gafe. E foi então que aconteceu o que me motivou a estar agora escrevendo. E foi de um jeito completamente ordinário, comum. E foi totalmente inesperado, quando parecia que vivia apenas mais uma experiência dessas triviais, absolutamente rotineiras, que nada têm de especial... Naquele instante, pelo canto dos olhos vi uma mesa de quatro lugares vazia! Quero dizer, quase vazia. Um lugar estava ocupado por um homem. Num primeiro momento, fiquei surpresa ao ver estes lugares vagos. Eu já tinha passado por ali... Mas agora eu não queria mais! Primeiro porque a atitude da garçonete me deixara furiosa. Segundo porque não me sentiria à vontade me sentando, nem à frente, e muito menos ao lado de um homem estranho. Sou muito bem casada, diga-se de passagem... Mas aí, quando vi esses lugares vagos, pelo canto dos olhos, percebi também que o tal desconhecido me olhava fixamente. Esta é uma daquelas coisas que acontecem com todos nós, seres humanos, e não sabemos explicar exatamente como ou porquê. Quando sabemos, às vezes até “instintivamente” que alguém nos olha, sentimos um impulso quase irresistível para olhar de volta. E assim aconteceu: Olhei para aquele homem. E, olhando para ele, vi que sorria para mim. Talvez por um milionésimo de milésimo de centésimo de décimo de segundo, eu tenha chegado a pensar que flertava comigo, ou coisa dessa ordem. Mas bastou fixar o olhar, para perceber que não.

Não havia quaisquer traços de segundas intenções naquele olhar. Era um homem de aparência jovial, porém que transmitia um certo ar de maturidade. Usava cabelos longos e tinha o rosto sombreado por uma barba cerrada, com uns dois ou três dias por fazer. Como sorria, impossível não perceber a perfeita conformação daqueles dentes muito brancos. Pele de um tom bronzeado. Cabelos castanhos, com nuances de acobreado. Camisa xadrez cinza, muito simples, já meio desbotada. Os cabelos, que deviam chegar à linha dos ombros, quando soltos, estavam desleixadamente presos atrás da nuca, com casuais fios soltos escapando por cima das orelhas. Sei o que as leitoras possam estar pensando ao ler esta descrição. Que homem atraente! Mas juro que, ao vê-lo, este tipo de observação não me passou pela cabeça, nem por um segundo. Claro que apesar de casada estou viva, e sei apreciar a beleza masculina. Mas... a visão daquele rapaz sorridente me provocou, isto sim, uma sensação completamente oposta. Algo como o que se sente ao reencontrar um parente muito chegado, ou um velho amigo que não se vê há anos. Ele fez um gesto com a mão, para que me sentasse à sua frente. Mas eu estava decidida a ir embora...

Então me sentei no lugar vago à frente do homem desconhecido que ainda me olhava e sorria. Ele disse: “Pode ficar à vontade...” – Minha irritação com a garçonete mal educada passou instantaneamente, ao ouvir sua voz, como que por mágica. A voz era suave... mas firme. Ouvi-la foi um bálsamo para meus ouvidos. Fiquei constrangida por um instante, mas logo me senti muito à vontade, embora ele não tirasse os olhos de mim. Olhos de um castanho claro incomum. Peguei o menu, aberto à minha frente, sobre a pequena mesa de fórmica branca. Sentia que o estranho ainda me observava. A garçonete chegou, ele pediu o seu prato (perdoe-me curioso leitor, mas eu não me lembro qual foi, porque estava tomada por uma emoção forte e desconhecida). Pedi o especial da casa, sem ao menos saber o que iria comer. Ele continuava me olhando, e eu repentinamente percebi que alguma coisa importante estava me acontecendo. Eu estava sendo transportada de minha condição humana ordinária, para qualquer lugar mais elevado, mais bonito! Os pensamentos racionais dentro de mim já começavam a gritar alto, tentando sufocar a certeza com que meus sentidos me batiam na face! Um vigoroso turbilhão de cores, formas e sensações me tomou de assalto. Fui invadida, num segundo, por uma torrente magnífica de pura loucura, até que finalmente abri e levantei meus olhos, e direcionei meu olhar para aquele rosto! Ele me olhava sim, ainda. Minha boca se abriu, como que contra minha vontade, e uma frase escapou por entre meus lábios.- Você... é Ele, não é?.. – minha voz estava fraca, mas soava nitidamente.

- Sou Eu mesmo – ele respondeu, ainda sorrindo. E completou – Você disse que queria conversar comigo. Que se pudesse, gostaria de ter uma conversa comigo. Comigo e com o Albert Einstein. - Não dissemos mais nada. Nos instantes seguintes, se é que o tempo existe, eu compreendi tudo. Todas as respostas que eu vinha procurando há tempos, finalmente se revelaram. Os porquês desfilaram diante de mim, um a um, enquanto eu, encantada, descobria que a felicidade existe. Tudo que pude fazer depois foi um resumo do que aprendi naquele dia. Mas as explicações são sempre muito imperfeitas, quando se tratam desses assuntos. Transubstanciar o ilimitado intangível em palavras não é tarefa possível. Aí vai:

A inteligência atrapalha tudo. Quanto mais tentam entender, mais se afastam da Verdade. Isso já foi dito antes, mas os homens não podem entender este tipo de ensinamento através da palavra escrita, simplesmente porque, para ler, precisam usar o intelecto. E o intelecto humano é uma ferramenta limitada, que não pode abarcar o infinito. Use sua Consciência. Este é o maior presente que receberam. É a Consciência que faz de você um ser humano, e não um animal, um inseto ou uma planta. Veja os macacos. Recentemente, cientistas descobriram que o código genético de um gorila, por exemplo, é 99,6% idêntico ao do homem. Ou seja, geneticamente falando, homem e macaco são mais que primos. São praticamente uma mesma raça. São fisicamente iguais! E você sabe qual foi o maior feito jamais realizado por um gorila, na natureza, sem auxílio humano? Usar um galho de árvore como apoio, para ajudar a atravessar um rio. E mesmo assim, este “incrível” feito foi observado apenas uma vez. Deixou desvairados cientistas e biólogos! Enquanto isso, seus irmãos humanos constroem computadores e mandam robôs até Marte, para controlar seus movimentos daqui da Terra através de uma caixinha com botões! Então, onde reside essa incrível diferença? Agora já sabem que não é física, posto que geneticamente são praticamente idênticos. Não está no cérebro, portanto. Esta imensa, colossal diferença, não está, absolutamente no corpo físico. Então, que diferença é esta? Este poder inominável que faz com que andem anos luz à frente de qualquer outra criatura conhecida? A chave do poder humano é a Consciência, e o único acesso possível a ela é por meio dos sentimentos; das emoções. Sabe como nascem as doenças? As insanidades, a loucura, os conflitos psicológicos? Eles surgem onde há emoções mal resolvidas. E só podem ser curados por meio do direcionamento correto dessas mesmas emoções. Este é o único caminho possível, esta é a chave para a auto-realização. O controle das próprias emoções. O pensamento racional, analítico, o intelecto, toda a erudição humana, só servem para atrapalhar. São obstáculos no caminho da verdadeira Liberdade. Agora você tem a solução. Use-a. SEJA E FAÇA. Você já está calejado de saber quais são as emoções que deve cultivar e as que deve rejeitar.

EIS QUE ESTAREI CONTIGO ATÉ A CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS.